Por Juliano Resende
Postado em: 15/02/2024
Nesta semana, completou-se um mês da tragédia da possível intoxicação em um evento promovido pela empresa 4 Folhas, realizado em uma chácara próxima ao Bicão, zona rural de Patrocínio. Até o momento, não há confirmação sobre a substância específica envolvida. A Módulo também ouviu um dos familiares das vítimas que lamentou o ocorrido, mas aguarda uma resposta das autoridades policiais. "A situação é a mais complicada que já vivenciamos aqui."
O acidente ocorreu no início da manhã de um sábado, após um evento corporativo da empresa onde um grupo de cerca de 15 pessoas, a maioria funcionários da empresa, participavam de um treinamento e confraternização. Durante o evento, foram servidos churrasco, arroz, feijão tropeiro, vinagrete, mandioca e diversas bebidas, incluindo chopp, campari, suco, água e refrigerante. Ao todo, sete pessoas do sexo masculino apresentaram sintomas de mal-estar.
Wagner Orlandeli Martin, de 37 anos, conhecido como Karotim, foi encontrado caído dentro do banheiro da chácara, sofrendo uma crise convulsiva. Mesmo sendo socorrido pelo SAMU até o Pronto Socorro, não resistiu e veio a óbito. Outras seis pessoas deram entrada nas unidades de saúde do município, sendo que duas em estado grave; no entanto, todas já receberam alta hospitalar.
Um familiar de Wagner, em um relato à Módulo FM, contou que, um mês após a tragédia, os familiares parecem ainda não acreditar no que ocorreu e seguem um dia de cada vez tentando digerir a perda. “Ainda estamos em um pesadelo”, desabafou ao relembrar a tragédia.
A Polícia Civil está investigando se algum "agente químico" estava presente nas comidas e bebidas da confraternização, que resultou na morte de Wagner e na internação de outras cinco pessoas, todas apresentando sintomas de intoxicação alimentar. A delegada de polícia, Patrícia Amaral, que lidera as investigações para esclarecer as circunstâncias do ocorrido, informou que foi instaurado um inquérito policial para investigar o caso. Peritos compareceram ao local do evento e coletaram amostras das bebidas alcoólicas e alimentos consumidos pelos participantes. Essas evidências foram enviadas para análise em laboratórios em Belo Horizonte, com o objetivo de identificar a possível presença de agentes biológicos ou químicos nos produtos.
Após um mês da tragédia, a Polícia Civil ainda está conduzindo entrevistas com testemunhas e outras pessoas envolvidas no evento, buscando esclarecer a origem dos produtos consumidos e identificar qualquer indício de negligência ou má-fé. As diligências estão em andamento, com procedimento de oitivas de participantes, organizadores e trabalhadores do evento, para verificação do ocorrido e apuração de eventuais responsabilidades. A Polícia Civil aguarda a conclusão de laudos periciais para atestar as circunstâncias e a causa da morte de Wagner.
Os familiares das vítimas, em busca de respostas e justiça, têm vivido com a angústia de um inquérito que parece estagnado desde o dia da tragédia. O mistério envolvendo a possível intoxicação ainda sem resposta causa ainda mais dor à família enlutada. Mesmo com as investigações em andamento, incluindo oitivas, laudos periciais e levantamentos, nenhum progresso significativo foi alcançado até o momento.
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