Patrocínio confirma 225 novos casos de Dengue em último boletim divulgado pela SES-MG. Secretário de saúde de Minas, disse que esse será o pior ano da doença no estado

Patrocínio confirma 225 novos casos de Dengue em último boletim divulgado pela SES-MG. Secretário de saúde de Minas, disse que esse será o pior ano da doença no estado

Sul de Minas, Norte e o Triângulo devem começar a ter aumento de casos

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Postado em: 17/02/2024

Foi divulgado na quinta-feira (15/02), pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) o Boletim Epidemiológico da Dengue no Estado.

Em Patrocínio, até o momento, foram confirmados 676 casos de Dengue, um aumento de 225 casos da doença na cidade em relação ao último boletim divulgado no dia 05 de fevereiro, quando eram 451 casos. O boletim da SES não aponta nenhuma morte pela doença no município e nenhum caso de Zika Vírus e Chikungunya.

Ações como fumacê, mutirão de limpeza e visitas em residências estão sendo realizadas pela Secretaria de Saúde de Patrocínio para conter a proliferação da doença.

Confira a entrevista do enfermeiro da Vigilância Epidemiológica de Patrocínio, Gilberto Martins:

Minas Gerais:

Minas Gerais registrou 181.645 casos prováveis (casos notificados, exceto os descartados) de Dengue. Desse total, 62.872 casos foram confirmados para a doença. Até o momento, são 18 óbitos confirmados por dengue no estado e 100 estão em investigação. Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 2686 casos prováveis da doença, dos quais 15.222 foram confirmados. Até o momento, um óbito foi confirmado por Chikungunya em Minas Gerais e 13 estão em investigação.

Quanto ao vírus Zika, até o momento, foram registrados 22 casos prováveis. Foi confirmado um caso da doença. Não há óbitos confirmados ou em investigação por Zika em Minas Gerais.

Clique aqui e confira o Boletim Epidemiológico completo de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus da SES-MG.

Secretário de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, está preocupado:

O secretário de Saúde do estado, Fábio Baccheretti, durante entrevista nesta sexta-feira (16/02), disse que são 1,4 mil casos confirmados diariamente.

"Nunca vivenciamos uma inclinação tão grande de dengue. Nosso recorde era um pouco menos de 600 mil casos prováveis em 2016, que é a nossa base de comparação já que nem todos os casos da doença são confirmados, mas vamos ultrapassar isso. Não temos dúvidas de que esse será o pior ano de Dengue da história de Minas. O Sul de Minas, a região Norte e o Triângulo devem começar a ter aumento de casos", informou o secretário de Saúde do estado.

De acordo com Baccheretti, os casos tendem a diminuir a partir da segunda quinzena de março, com o fim do verão.

"Vamos continuar tendo muitos casos, mas o pico de atendimentos deve diminuir no próximo mês. Este ano nos preocupa porque esse aumento de pacientes está mais precoce", acrescentou.

Ainda segundo o secretário, o momento alerta as autoridades de saúde. Ele justifica a preocupação por causa da circulação dos novos sorotipos, especialmente o 2 e 3.

"A maior parte da população está suscetível aos sorotipos em circulação porque passamos anos com apenas o tipo 1 em circulação. Por isso, temos que focar no atendimento, a maior parte das mortes são evitáveis. O tratamento é a hidratação do paciente", afirmou.

Zona rural deve tomar cuidado:

A melhor forma de prevenção da doença é o controle do mosquito transmissor, Aedes aegypti, que também ocorre no meio rural, especialmente em regiões muito próximas às cidades. Embora o raio de voo da fêmea do mosquito raramente ultrapasse os 200 metros em regiões com aglomeração de pessoas, nas áreas sem barreiras pode chegar a um quilômetro.

Além disso, os mosquitos são transportados por diversos meios com ajuda involuntária do homem. Acabar com criadouros Na natureza, os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver até 400 dias fora d’água.

A engenheira ambiental Jane Terezinha Leal, coordenadora estadual de Saneamento Ambiental da Emater-MG, diz que tais características aumentam a necessidade de os proprietários rurais identificarem possíveis criadouros para evitar a proliferação do mosquito.

Outra questão é em relação a plantas e jardins da propriedade. Se tiver plantas com vasinhos ou pratinhos, deve-se colocar areia ou fazer a limpeza desses pratinhos pelo menos uma vez por semana.

Ainda é importante verificar as calhas e lajes das casas, porque a água pode ficar acumulada nesses locais. As caixas d’água também precisam ser mantidas sempre fechadas, mesmo uma abertura pequena é suficiente para o mosquito entrar e deixar os ovos.

Cloro ajuda a evitar larvas:

No meio rural, é comum as pessoas utilizarem tonéis, bombonas ou outros recipientes para armazenar água.

“Se for possível fazer a limpeza desses depósitos semanalmente, ótimo. Já se não for possível, é preciso mantê-los fechados. As cisternas também devem ser fechadas. E toda a água para consumo humano deve ser clorada para evitar contaminações”, salienta a coordenadora.

O bebedouro dos animais é mais um local que precisa de vistoria frequente. Outra preocupação que o produtor deve ter é com o destino do esgoto doméstico rural.

“Infelizmente ainda hoje mais de 70% das propriedades rurais têm uma fossa rudimentar ou há ainda aqueles que lançam o esgoto direto em córregos e no solo”, lamenta a coordenadora técnica estadual de Saneamento Ambiental da Emater-MG, Jane Terezinha Leal.

Segundo a coordenadora da Emater-MG, essa água suja que fica escorrendo atrai vetores de doenças como mosquito, pernilongos e ratos, pondo em risco a saúde das pessoas.

“A destinação inadequada desse esgoto é uma fonte de contaminação da água e do solo, ou seja, os danos sociais e ambientais são enormes”, salienta a engenheira ambiental.

Jane Terezinha recomenda como solução a implantação de tecnologias de saneamento ambiental de baixo custo como a fossa de evapotranspiração (Tevap). Quem se interessar em como fazer um Tanque de Evapotranspiração vai encontrar todas as informações numa cartilha da Emater-MG. O material está disponível para download gratuito no site da empresa, na parte “Livraria Virtual”.

Ciclo de reprodução do Aegypt Aegypt:

O ciclo de reprodução do mosquito da Dengue pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. Febre, dores nas articulações, erupções ou irritação na pele são alguns dos sintomas mais comuns da dengue, Zika e Chikungunya. Em caso de agravamento dos sintomas, é preciso procurar atendimento médico.

Vacinação:

Minas Gerais deve iniciar a aplicação da vacina contra a dengue no mês de março. As primeiras doses serão destinadas para imunizar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, residentes nas cidades de maior incidência das arboviroses.

Anderson Rocha/SES

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