Willian Rogatto acusa presidente do Clube Atlético Patrocinense durante depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas

Willian Rogatto acusa presidente do Clube Atlético Patrocinense durante depoimento na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas

Atual presidente do CAP repassou o conteúdo aos advogados do clube

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Postado em: 10/10/2024

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, presidida pelos Senadores Romário e Jorge Kajuru, ouviu nesta terça-feira (08/10), Willian Rogatto. O empresário é considerado um dos chefes do esquema de apostas investigado pela Justiça e revelou como operava na manipulação e disse uma série de frases fortes durante o seu depoimento e acusou presidente do Clube Atlético Patrocinense e Anderson Ibrahim Rocha que ficou à frente do CAP alguns meses durante a Série D do Campeonato Brasileiro.

Roberto Eustáquio Avattar (Tatá), atual presidente do Clube Atlético Patrocinense esteve no Módulo Esportes desta quinta-feira (10/10), e disse que ficou triste com a notícia, pois mais uma vez o time é citado em apostas esportivas. No depoimento Willian Rogatto não disse quem seria o presidente. Roberto Avattar assumiu a presidência após a desistência de Ronaldo Correa de Lima, que se desligou do clube com a Série D, em andamento e com o contrato assinado com AIR Golden de Anderson Ibrahim Rocha. No dia 02 de junho, Roberto Avattar decidiu romper o contrato com a empresa que estava à frente do clube. Durante a sua participação, Tatá também disse que os advogados do clube irão ouvir toda a entrevista de Willian Rogatto para a tomada de decisão.

 

Segundo Willian o esquema funciona da seguinte forma:

Pego um time com dificuldade financeira e que não tem dinheiro para disputar campeonato ou pagar taxas da federação, que cobra transferências, registros e tudo mais. Aí eu entrava: eu vinha, como quem não quer nada, e falava: 'E aí, presidente, vamos fazer o time subir? Vai dar tudo certo, a gente vai ser campeão'. Eu tinha uma agência de atletas, a WR10, e falava para os jogadores que eles tinham que ganhar comigo, porém, eles tinham que facilitar os jogos para mim. Eles não entendiam no começo, mas eu explicava certinho e eles falavam: 'Poxa, a gente está sem salário, sem nada... vamos tentar'. Foi onde iniciei a prática. Basicamente, eu enganava o presidente porque ele não tem dinheiro. Automaticamente, pago ele e pago para colocar meus atletas. Com isso, acabei de gerar uma máquina: aquele time vai perder de todos os jeitos, porque ele vai me beneficiar nas apostas.

No mundo do futebol Willian Rogatto, ficou conhecido como o rei do rebaixamento, pois segundo ele mesmo rebaixou 42 clubes. O empresário disse durante a CPI que alguns presidentes sabiam do esquema:

Alguns presidentes sabiam e aceitavam, e alguns não aceitavam, mas eu tinha que chegar. A gente causa sofrimento, às vezes, nas pessoas, por enganar. Eu vinha e bancava o registro dos atletas. Eu rebaixei 42 clubes do Brasil, e eles falam que sou o 'rei do rebaixamento'. É por causa da prática. Eu não tenho interesse nenhum sobre o time se posso ganhar com ele caindo. Eu não ganho dinheiro ganhando jogo.

Eu ganho dinheiro perdendo o jogo, entregando o jogo. É lógica isso, por isso que eles me chamam de 'rei do rebaixamento'. Sempre rebaixei clube, e clube grande, viu? De primeira divisão estadual.

Willian citou apenas alguns clubes durante o seu depoimento, mas disse que o esquema acontece em todas as séries do futebol brasileiro:

O Coruripe, de Alagoas, eu rebaixei. Um time muito forte do Maranhão... Rio de Janeiro? É terrível isso aí, não vou nem entrar neste mérito, mas o melhor campeonato da minha vida é o Carioca. Rebaixei alguns clubes paulistas e goianos também. É complicado a gente falar nomes, porque expõe os clubes.

O empresário disse que faturou mais de R$ 300 milhões:

Acho que deve chegar a uns R$ 300 milhões, mais ou menos. Inclusive, entrei em um ramo de ouro na África e perdi quase a metade. O bom enganador também é enganado, infelizmente. Vocês vão ver o grau do esquema, que não é pequeno. Há pessoas que já ganharam muito dinheiro comigo. É muito além disso daí que vocês estão buscando. Se eu não fui o maior, fui um dos maiores. Eu tinha um grupo, mas não existe só o grupo do William, não sou só eu que faço isso. Se não fui o maior do Brasil, fui o mais bem organizado do Brasil, mas tem outros grupos, e não vou ficar falando deles. São pessoas perigosas.

Confira na integra a particiapção de Roberto Avattar no Módulo Esportes desta terça-feira (10/10):

⌨️ Por Anderson Rocha | Módulo FM

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