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Postado em: 03/08/2023
Na última sexta-feira (28/07), a cidade de Patrocínio foi abalada por um trágico acontecimento que tirou a vida do adolescente Daniel Henrique Reis da Costa, de apenas 17 anos. O jovem foi morto a tiros após tentar fugir de uma blitz policial no bairro Morada Nova. A situação ganhou contornos ainda mais graves quando familiares de Daniel afirmaram que ele já teria sido vítima de disparos de arma de fogo e agressões pelo mesmo policial responsável por sua morte, cerca de três meses atrás.
Tudo começou no início de abril, quando Daniel teria fugido de uma blitz no trevo do bairro Nações com a MG-230, sendo perseguido pelo mesmo policial que, na ocasião, teria também efetuado disparos em sua direção. Na abordagem anterior, o adolescente teria sido supostamente agredido, resultando em hematomas comprovados por exame de corpo de delito. No entanto, a família teria decido não prosseguir com o caso, a pedido do adolescente, alegando temer represálias por parte dos policiais. Além disso, a motocicleta do adolescente teria ficado parcialmente destruída, e seu aparelho celular também teria sido danificado. Na época, a reportagem da Módulo FM questionou o atual comandante do 46° BPM, tenente Coronel Sócrates, sobre a conduta do policial, e este alegou que não houve excessos por parte dos militares.
Na sexta-feira, Daniel estava acompanhado de um amigo, indo para uma festa, quando se depararam com a blitz policial. Por ser menor de idade e sem carteira nacional de habilitação, ele optou por fugir. Durante a perseguição, a guarnição policial reagiu com tiros, atingindo tanto o garupa da moto quanto o próprio Daniel, que conduzia o veículo.
O garupa, um jovem de 19 anos, sofreu ferimentos nos braços e pernas, enquanto Daniel foi gravemente ferido, com lesões no intestino e no baço, o que exigiu a realização de uma cirurgia. Durante a madrugada, Daniel foi submetido a um novo procedimento emergencial, porém, infelizmente, complicações decorrentes de uma lesão na artéria o levaram a não resistir, resultando em seu falecimento na sala de cirurgia do hospital Santa Casa.
A princípio, a Polícia Militar recebeu a ocorrência com duas vítimas de disparos de arma de fogo, porém, a autoria dos disparos ainda era desconhecida. Ao darem entrada no Pronto Socorro, as vítimas não mencionaram que conheciam os autores, com medo de represálias. As guarnições de turno, ao receberem o chamado, passaram a trabalhar com a hipótese de que poderia ter sido uma tentativa de homicídio.
De acordo com o registro policial, o supervisor do turno entrou em contato telefônico com o policial que atirou e perguntou se durante a blitz ele havia ouvido disparos de arma de fogo nas proximidades, ao que ele respondeu que não. Posteriormente, quando o policial foi ouvido na presença de seu advogado, ele relatou que, "em relação a ter negado ouvir os disparos quando questionado pelo supervisor", entendeu que se tratava de uma perseguição entre motocicletas, a qual ele não teria presenciado.
A família do adolescente está em estado de choque e devastada pela perda do jovem. Eles pedem justiça e transparência nas investigações sobre o caso, especialmente diante das informações de que este mesmo policial já havia se envolvido em abordagens polêmicas anteriormente, incluindo um episódio de violência durante a pandemia em 2021.
Na ocasião anterior, a Polícia Militar afirmou que o homem abordado havia desacatado os militares, resistido à prisão e descumprido medidas sanitárias. No entanto, vídeos que se tornaram virais nas redes sociais mostraram a abordagem de forma agressiva, com o jovem sendo agredido enquanto estava sentado em uma praça. Na época, o comandante do 46º Batalhão, Tenente Coronel Caixeta, declarou que os policiais envolvidos responderiam a um processo administrativo interno da Polícia Militar, porém, não seriam afastados de suas funções.
Desta vez, o major Ferreira, subcomandante do 46° BPM, afirmou que os disparos partiram da guarnição policial que realizava a operação blitz, e a ação será rigorosamente apurada pela Polícia Militar para verificar a conduta dos policiais militares envolvidos.
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