Especialista em transplante capilar fala sobre como funciona o procedimento

Especialista em transplante capilar fala sobre como funciona o procedimento

Interesse pelo transplante capilar aumentou expressivamente nos homens

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Postado em: 10/03/2023

O Módulo Saúde entrevistou o médico especialista em transplante capilar Dr. Douglas Rezende. O profissional comenta detalhes do procedimento, que desperta cada vez mais interesse da população.

 

Aumentou a procura pelo transplante capilar? Está em alta?

É uma procura imensa hoje em dia. O homem descobriu esse lado que a mulher já desenvolveu há tanto tempo que é a questão da vaidade. Uma coisa que incomodava muito o homem era a calvície, e hoje tem solução.

É feito um diagnóstico inicial do paciente?

Existem vários momentos importantes depois de tomada de decisão e depois da queixa de queda capilar. A primeira coisa, o paciente tem a caixa de queda, começou a cair o cabelo, e teve aquela dor que começa a frequentar o clube, molha o cabelo e já começa a ver ali a entrada e se sente incomodado, então ele vai procurar um médico especialista, no caso é um médico já especialista em tricologia, o que realiza o transplante capilar e vai ser feito um diagnóstico. Existem algumas patologias, no caso alopecia androgenética, que gera uma queda capilar progressiva crônica.

Nós temos um tratamento hoje muito eficaz, devido ao avanço da tecnologia da medicina, que é a técnica de transplante capilar. Hoje evoluiu muito. Nós temos duas grandes técnicas. A primeira é a FUT, que é mais antiga, onde se retirava uma faixa de cabelo região posterior e através dessa faixa de cabelo eram extraídos os folículos e transplantado na região onde existe alopecia. Hoje nós temos a técnica FUE, que é uma evolução da FUT, onde nós retiramos folículo por folículo na região posterior do cabelo, e nós podemos transplantá-los para a região receptora, onde existe a falha no cabelo.

O procedimento é para ambos os sexos?

É muito mais frequente a alopecia androgenética no homem, em torno de 50% dos homens em torno de 50 anos vão passar por isso. Nos brancos é em torno de 80%, negros e amarelos em torno de 15%. Nas mulheres é um pouco menos, mas ela também é suscetível ao hormônio da testosterona e vai ter alopecia.

Existe sim a possibilidade de realizar o transplante capilar feminino, não é tão frequente quanto o masculino, mas existe sim.

A técnica FUE é a mais procurada no momento?

Sim. A técnica FUT deixava uma cicatriz, embora linear e protegida pelo cabelo, ficava na região do couro cabeludo. A evolução para a técnica FUE trouxe um benefício gigante, além de deixar uma cicatriz menor, reduz o tempo cirúrgico. O paciente sai da cirurgia e um dia depois pode voltar ao trabalho.

Na hora do diagnóstico o paciente pode ser auxiliado sobre qual a melhor técnica?

Sim. A questão não é bem apenas a separação das técnicas por patologia ou por paciente. A escolha da técnica vai muito da questão pessoal do paciente, as vezes ele não quer aquela cicatriz na região posterior do cabelo, ele que vai escolher. Posso dar algumas orientações, mas a escolha final é do paciente.

Depois de realizado o diagnóstico, quais são os próximos passos do paciente?

Depois do diagnóstico, o paciente passa por uma avaliação médica com exames laboratoriais para avaliar a saúde dele como um todo para ter um procedimento seguro. Nós não queremos um paciente que tenha patologias descompensadas, então ele precisa passar por uma compensação clínica e estar totalmente estável para proporcionar um procedimento seguro.

O paciente estando apto para realizar um procedimento cirúrgico, nós passamos para segunda etapa que é o grande dia. Esse paciente chega cedo na clínica, em torno de 5h, abordamos o paciente, identificamos a carência e a dor que está o afligindo.

Nós desenhamos a área que será coberta, desenvolvemos a primeira linha de implantação do cabelo de forma artística com um pincel, esse paciente vai avaliar essa linha e a programação cirúrgica. Cada pessoa tem um tipo de rosto, e vai receber um tratamento personalizado.

Feita esta etapa, passamos para o procedimento em si. O paciente vai para uma sala totalmente preparada com equipamentos tanto da parte anestésica, com anestesista, e a parte de tecnologia do próprio implante. É feita uma extração dos folículos na região posterior à área de doação, eles passam por uma etapa de separação, são identificados os folículos para cada região do cabelo e eles são preparados.

Uma segunda etapa é a implantação dos folículos. Nós realizamos pré-incisões, esse folículo é colocado dentro da pré-incisão e fica na direção, angulação e dispersão exatas até atingir um resultado harmônico e natural.

Finalizada esta etapa, ele passa por uma recuperação depois da anestesia, uma sedação leve. O paciente fica dormindo, porém a qualquer momento a gente pode chamar e ele acorda. No final, feita a recuperação, ele pode ir para casa logo após o procedimento cirúrgico.

A gente percebe que há uma demanda de transplante capilar nos grandes centros. Como é aqui no interior, em Patrocínio?

A demanda ainda é reprimida devido à ausência de profissionais na cidade e do conhecimento desses pacientes na possibilidade de resolver o problema. As pessoas têm a dor, mas não sabem que tem a solução.

Nosso objetivo é dar divulgação para essa técnica.

 

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