Conheça a história e os ideais do Professor Henrique José pré-candidato a Deputado Federal

Conheça a história e os ideais do Professor Henrique José pré-candidato a Deputado Federal

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Postado em: 17/01/2022

Com as Eleições de 2022 se aproximando, diversos pré-candidatos a diversos cargos políticos vêm se despontando no cenário regional. Pensando nisso, a Módulo FM estará levando aos eleitores de Patrocínio e região nos próximos meses entrevistas com cada pré-candidato, para que, assim, todos possam se inteirar sobre cada um.

Este projeto iniciou nesta semana, onde o pré-candidato a Deputado Federal Professor Henrique José da Silva Souza contou um pouco sobre sua trajetória, planos de projetos e o que ele pensa sobre os pré-candidatos à Presidência. Confira a entrevista:

 

Módulo FM – Henrique eu conheço um pouco da sua história, você é professor de Filosofia, Política, Economia, Direito, só que eu queria que você abrisse o nosso bate-papo falando quem você é e muito obrigado por ter aceitado nosso convite.

Professor Henrique José – Muito obrigado a todos, como a Leid falou, sou o Professor Henrique José e é uma honra estar aqui, estar podendo conversar com você Leid, conversar com o pessoal que acompanha as redes sociais da Módulo e justamente poder me apresentar e poder apresentar as minhas ideias.

Eu sou natural de Patrocínio, estou hoje morando em Belo Horizonte, contudo a minha vida sempre esteve ligada aqui, porque as minhas raízes são daqui e, desde sempre, quando eu mudei daqui para estudar, eu sempre tive e sempre mantive meu olhar atento à cidade de Patrocínio, pois é uma cidade que é muito importante na nossa região e uma das mais relevantes no estado.

Contando um pouco da minha história, como você disse eu sou professor na área do direito, sou Bacharel em Ciências do Estado, Mestre em Direito e Doutorando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. Já fui professor aqui no UNICERP durante quatro anos, onde eu tive a honra de lecionar para sua turma e para diversas outras figuras muito interessantes nesse caminho. Fui professor também no CESG (Centro de Ensino Superior de São Gotardo) em São Gotardo, onde também fiz boas relações e conheci ótimas pessoas.

Sempre tive essa relação de afeto pela universidade, pela ciência, pela educação e hoje eu estou lecionando na UFMG junto com programa de pós-graduação, porque o Doutorado nos exige dedicar algum tempo às aulas, então estou lecionando duas disciplinas nesse semestre, um na Faculdade de Direito e outro pela Faculdade de Economia, mas sempre nessa área de reflexão, crítica na Filosofia, na Teoria do Estado, na própria Economia Política. Eu sempre tive esse tato acadêmico, essa vocação para lecionar, para estar na escola, mas também sempre correu em mim uma veia política, porque na minha infância, Patrocínio tinha um ambiente, um clima político muito interessante e isso marcou muito a minha infância. Eu lembro que Patrocínio era uma cidade que tinha dois Deputados Federais ao mesmo tempo, era uma cidade extremamente relevante no cenário político. Já tivemos presidente da Assembleia Legislativa, um desse deputados que reformou Assembleia e fez uma grande mudança dentro da Assembleia que é lembrada até hoje.

Então, Patrocínio já teve uma grande pujança e uma grande relevância política quando era pequeno e isso me inspirou muito e eu sempre segui justamente nessa área, para estudar, para pensar para refletir, e, de certa forma, estive vinculado aos bastidores durante algum tempo.

Na região, a primeira vez que eu me inseri em uma campanha, foi na campanha do Joca, Prefeito de Serra do Salitre, então a gente esteve com ele na campanha em Serra do Salitre. Contudo, eu já havia participado de outras campanhas do ex-Deputado Estadual Fábio Cherem que chegou a ser candidato a Senador, já tinha trabalhado em outros momentos na Assembleia Legislativa, até mesmo, no gabinete do atual Prefeito quando ele era Deputado Estadual. Então, eu carrego comigo também essa parte da gestão pública e desse caminhar político.

Eu fui gestor de Convênios em Serra do Salitre, foi o presidente do Conselho que começou e fez o Plano Diretor da cidade. Além disso, também fui representante da Cohab Minas em Serra do Salitre e, atualmente, eu estou assessor do processo legislativo do Deputado Estadual Fernando Pacheco. Então, eu carrego comigo uma trajetória não só acadêmica, mas também técnica, de gestão e que se interessa por fazer política da forma correta e da forma como tem que ser. Valorizando o Estado e valorizando os ideais de democracia e participação de toda a sociedade.

 

Módulo FM – E agora a gente comenta que você é pré-candidato a Deputado Federal. Como é que foi a construção dessa ideia? Por que você contou uma história muito densa, muito importante de vida acadêmica e vida pública, mas essa decisão de se candidatar a Deputado Federal, como é que surgiu isso? Como é que você construiu isso?

Professor Henrique José – Esse é um projeto de vida, como eu repito, eu sempre tive essa veia política, é um projeto que eu sempre tive na minha vida, mas eu acredito que as coisas têm seu tempo para acontecer e que elas tem o seu tempo certo para acontecer. E eu estou no gabinete do Deputado Fernando Pacheco há alguns anos com ele, ele tem acreditado no meu trabalho não só o trabalho técnico, nas comissões, na redação de legislação e o trabalho político de negociação de pareceres, de negociação com o governo, o deputado está alinhado ao governo Zema e, por conseguinte, a nossa campanha também estará alinhada ao governo Zema, que é um governo que tem tido algum êxito em organizar as contas do estado e colocar, de certa forma, a casa em ordem.

E desenvolvendo esse trabalho, desenvolvendo algumas relatoria importantes dentro da Assembleia, o deputado acabou se despertando e olhando para mim com um olhar para além do técnico e do gerencial que eu oferecia para o mandado, ele acabou enxergando na minha pessoa essa oportunidade de vislumbrar uma renovação na nossa região, ele não é um deputado da nossa região, mas como eu sou daqui ele acreditou no meu trabalho, ele já tem olhado para cá, ele já enviou algumas indicações de recursos para nossa região, então ele tem acreditado do meu trabalho e pensando em um projeto um pouco maior e ele não queria ficar preso, atrelado, a outros projetos aos quais ele não concordava necessariamente, ele acabou me convidando para fazer uma dobradinha com ele, onde ele se mantém no mandato, na tentativa de se reeleger como Deputado Estadual e coloca o meu nome à disposição e é justamente o que a gente está fazendo, colocando o nome à disposição como pré-candidato a Deputado Federal.

Então, é uma luta conjunta, não só da minha trajetória, mas da trajetória do Deputado Fernando Pacheco também, e que acreditou que o mandato de Deputado Estadual não é só da região dele, mas que pode abranger outras partes do estado, justamente, por isso, ele me coloca como um potencial pré-candidato junto com ele.

 

"Eu acredito que essas famílias elas são extremamente relevantes para a história política do município, elas têm o seu papel no desenvolver do município, contudo elas colocam a política em um lugar onde é o povo e as pessoas, que é de onde emana o poder que a constituição nos fala, não participam"

 

Módulo FM – Você trabalha com Deputado Fernando Pacheco, ele é Deputado Estadual pelo Partido Verde, qual vai ser o seu partido?

Professor Henrique José – Sim, hoje o Deputado Fernando está no Partido Verde. Eu sempre brincava, quando eu falava que eu ia me candidatar e as pessoas perguntavam “Mas você não tem partido, você nunca se filiou a um partido”, sim, eu nunca me filiei a um partido e eu já mudei de Patrocínio algumas vezes, já morei em outras cidade e eu nunca transferi meu título de Patrocínio porque eu sempre almejei ser candidato e achei que aqui a minha região merecia que o meu nome viesse por aqui.

Respondendo à sua pergunta, a gente ainda está em algumas negociações com os partidos porque esse ano não existem mais as coligações partidárias que estabeleciam os coeficientes eleitorais e também o acesso ao fundo partidário e como isso acaba na eleição proporcional, a gente só vai ter federações nas eleições majoritárias, então senado, governo e presidência a gente vai ter algumas federações de partido.

Então, a minha intenção agora é acompanhar essas negociações dessas federações para que a gente consiga se posicionar em um partido interessante e que proporcione a possibilidade de uma campanha primeira e vindoura que possa se concretizar em um mandato. Também tem a questão da própria escolha do deputado no partido, é provável que Partido Verde sofra um esvaziamento agora e o Deputado precisa também se planejar nesse sentido para entender do coeficiente eleitoral, para entender das questões do fundo partidário, para então conseguir se reposicionar. Mas os meus diálogos iniciais estão sendo com o Solidariedade e com o Cidadania.

 

Módulo FM – O que te atrai nesses partidos? Por que que eu pergunto isso, Henrique, porque a gente sabe que você é uma pessoa que é crítica, que tem muita consciência política, agora é normal também que você procure uma legenda, um partido que vá te dar a chance de conseguir o seu desejo, que é se eleger Deputado Federal.

Professor Henrique José – Como a gente tinha conversado previamente, a minha campanha ela vai pautar essencialmente pela verdade e como eu estou me colocando como nome eu começo a te falar a verdade aqui.

A minha intenção maior é exatamente achar um partido onde eu consiga trabalhar pelo coeficiente para um número de votos mais acessível, porque a gente sabe que historicamente partidos dos grandes e partidos que carregam uma carga ideológica um pouco maior, a disputa é mais acirrada, porque eles tem já as suas frentes e seus correligionários muito bem estabelecidos.

E eu enxergo que as mudanças que o Brasil precisa, precisam estar desideologizadas nesse momento, ou seja, essa polaridade que existe ela está fazendo mais mal para um projeto de país e para o futuro do nosso país, do que bem. Então eu acredito que se eu me posiciono ideologicamente nesse momento em algum dos extremos, vai ser prejudicial para o projeto que eu tenho de país, não só para o meu projeto de mandato, mas para o projeto que eu, como professor, como o pessoa do meio político, como funcionário público, eu acredito em um projeto de país e para que eu consiga que esse projeto possa se concretizar, eu preciso, agora, colocando o meu nome alcançar esse mandato e, nesse sentido, eu acho que me afastar desses extremos é o caminho que eu escolhi.

Então, esses partidos que eu cito são partidos mais neutros, são partidos que se colocam fora dessa disputa ideológica extrema e que, de certa forma, no que eu penso agora, podem me acomodar bem. Quanto eu não descarto estar futuramente numa grande federação que vai estar em um dos três prováveis grandes candidatos que vão estar na disputa da presidência.

 

Módulo FM – Notadamente, a gente sempre tem os candidatos que conseguem se eleger para Deputado Federal, são deputados que têm uma história de família, de finanças, são pessoas abastadas, que vem do grupo A, grupo B, grupo C e você é oposto disso, você é uma pessoa com origem familiar de pessoas que trabalham, você trabalha na vida pública e tal. O você vai oferecer de diferente? Você acha que é o momento político para pessoas como você, com a excelente qualificação, com excelente formação, se comportar assim e se colocar à disposição para ocupar um cargo público? A pergunta objetiva direta é o seguinte, geralmente é quem tem recursos, quem tem aquela capilaridade de relações, famílias abastadas que conseguem esse intento e, notadamente, a gente vê isso acontecer no município. Você acha que é um novo momento? Dá para contornar isso?

Professor Henrique José – Eu vou citar a frase do slogan da campanha que a gente usou no Joca lá em Serra do Salitre, em 2016. O slogan era “Coragem para mudar” e por que coragem para mudar? Porque a Serra vivia desse mesmo mal, eram algumas poucas famílias que dominavam o cenário político e o Joca vem, nunca tinha sido político, nunca tinha se aproximado do meio e vem para mudar isso tudo, e o segundo mandato ele é simplesmente o prefeito mais bem votado do estado, proporcionalmente, com 92% dos votos. Então, é com essa coragem que eu venho imbuído, essa coragem para mudar justamente esse mais do mesmo que a gente está cansado de ver desde sempre.

Eu acredito que essas famílias elas são extremamente relevantes para a história política do município, elas têm o seu papel no desenvolver do município, contudo elas colocam a política em um lugar onde é o povo e as pessoas, que é de onde emana o poder que a constituição nos fala, não participam. Então eu coloco essa coragem para mudar, esse chegou a hora de recomeçar, justamente nesse ponto, de não estar atrelado a nenhum grupo político, de não estar atrelado a nenhum compromisso espúrio, de não estar atrelado ao poder econômico, porque por mais que seja necessário, que existam recursos em uma campanha, a campanha pode ser muito bem enxuta, não precisa gastar milhões de reais ou centenas de milhares de reais, a gente viu nas últimas eleições várias campanhas modestas, módicas, que se deram muito bem, que foram as que tiveram sucesso.

Então eu estou me pautando, por agora, justamente nessa tentativa de mudança, de propor algo novo, de alguém que não só almeja questões políticas, mas que também pensa do ponto de vista do povo. Foi o que você disse, meus pais sempre trabalharam, são de uma família humilde, meu pai já veio do campo, e eu estudei em escola pública a vida inteira e consegui estudar e consegui, digamos assim, andar, caminhar, eu sou uma das únicas pessoas da minha família que tem mestrado, da minha família inteira, quiçá graduação, os que tem graduação já são raros e veja, eu estou alcançando daqui a pouco, o grau doutoral.

Eu sempre levei e eu sempre acreditei que para que você se colocasse o nome à disposição para um mandato, você tinha que ter se preparado do ponto de vista teórico também, que não adianta eu chegar, falar bem, o povo me adorar, ser carismático e na hora de uma votação eu vou ter que escutar um assessor que pode muito bem estar me enganando para votar, porque eu não sei da matéria, não sei se é legal, se não é legal, se é constitucional, se não é, se é legítimo ou não, então a gente ainda tem que discutir essas questões de legitimidade, que muitas vezes um projeto ele é legal, mas não é legítimo.

Eu sempre carreguei comigo essa convicção de que eu precisava primeiro estudar, eu precisava primeiro entender o funcionamento do estado, para entender onde eu considerava onde não estava funcionando e, só depois disso, fazer propostas. E foi justamente isso que eu fiz e é justamente, por isso, que agora que eu estou colocando meu nome. Eu falei com várias pessoas das quais estou conversando que uma das razões de eu ter colocado meu nome é eu tenho uma filha pequena e eu não quero ver ela crescendo no país do jeito que ele está hoje e daqui a alguns anos, eu não vou conseguir colocar a cabeça e dormir tranquilo, se eu não tentar, se eu não tiver pelo menos tentado mudar. Eu acho que a mudança começa por quebrar esses velhos laços políticos, essas velhas correntes políticas que acabam se mostrando espúrias, a gente acredita, a gente acha que pode mudar, mas no fim das contas é mais do mesmo.

Então eu acredito em um novo, que mais uma vez essas eleições vão mostrar, que a renovação é o que o povo precisa, que a renovação é o que o povo almeja, mas uma renovação que possa avançar, uma renovação que faça o que possa fazer o país tomar um rumo e não a renovação que se mostra mais do mesmo, onde os velhos lobos tomam conta, onde o poder econômico e o dinheiro fala mais alto.

 

"Eu sempre carreguei comigo essa convicção de que eu precisava primeiro estudar, eu precisava primeiro entender o funcionamento do estado, para entender onde eu considerava onde não estava funcionando e, só depois disso, fazer propostas. E foi justamente isso que eu fiz e é justamente, por isso, que agora que eu estou colocando meu nome."

 

Módulo FM – Agora, Henrique você citou duas vezes aqui o Prefeito Joca, você trabalhou com ele aqui de Serra do Salitre, você está caminhando, costurando os apoios políticos porque são muito importantes, especialmente numa candidatura a Deputado Federal. Notadamente, ele já é o seu primeiro apoio declarado. Então, você já conversou com ele? Com o prefeito Deiró Marra?

Professor Henrique José – Eu tenho que conversado realmente com várias lideranças, mas uma das realidades que eu encaro é que a região possui Deputados Federais com mandato, e felizmente, alguns deles trabalharam com muito afinco na nossa região e, em virtude disso, por terem enviado recursos vastos, já estão de certa forma fechados com os prefeitos. Mas a questão é justamente, essa são pessoas que não necessariamente são daqui, ou são pessoas que são daqui e estão olhando um pouco para cá.

Eu me coloco como um nome que é de Patrocínio por Patrocínio, que é de Serra, porque eu morei em Serra e a família da minha esposa é da Serra, de Serra por Serra, da nossa região, realmente, porque eu tenho diversas preocupações, estando na prefeitura e participando de alguns conselhos e participando da Amapar, participando de associações dos Municípios, eu enxergo e tenho um horizonte de vários problemas que a gente precisa combater em várias áreas. Então, eu acredito justamente que estou construindo esses laços, como eu disse não são laços totalmente garantidos, mas eu creio e acredito que existe espaço para todo mundo e que se eu apresentar um projeto, que é o que eu pretendo, fazer projeto de mandato coeso e que tem um compromisso com a verdade e com a participação do povo, da sociedade, ouvindo e dialogando, naturalmente as pessoas podem se interessar pela minha candidatura, sem necessariamente que alguém precise me carregar ou me levar para todos os lugares.

Eu acredito que eu posso fazer uma campanha capaz de se inserir na população jovem, na população da educação, que está estudando, que está na universidade, que está na escola, juntamente com as redes sociais, com uma conversa franca. Eu pretendo e até já sucinto a ideia de que existam debates entre os candidatos, inclusive os que tem mandato para que a gente possa, francamente, conversar sobre os assuntos que a população quer ouvir. Porque não adianta eu me posicionar e fazer videozinho, colocar post e fazer marketing, se na hora da conversa, eu não consigo desenvolver o assunto e não consigo defender a minha ideia.

É justamente isso, eu acredito que as minhas ideias vão falar por mim e este apoio ele pode caminhar naturalmente. É evidente que a gente está conversando com lideranças, com vereadores, ainda não tive oportunidade de conversar pessoalmente com o prefeito, mas já estive com ele por telefone, já estive com alguns secretários, mas a gente está caminhando. Foi o que eu disse, é uma proposição do nome para minha pré-candidatura, então estou me colocando à disposição, dando esse gás para que meu nome possa se viabilizar.

 

Módulo FM – Professor Henrique José, pré-candidato a Deputado Federal, quais são os principais problemas aqui da região? E eu queria até que você afunilasse aqueles que estão esquecidos, por exemplo, e problemas que você pretende abraçar para trazer soluções.

Professor Henrique José – Eu enxergo que a nossa região, nos últimos anos ela cresceu muito, especialmente do ponto de vista econômico e de emprego com a vinda das mineradoras aqui para região. Então, esse, talvez, seja um dos principais problemas que eu enxergo, e que eu vivi diariamente, porque na época em que eu estava em Serra do Salitre e dando aula aqui eu viajava diariamente por essa estrada onde as mineradoras usam. Acho que, talvez, esse seja um dos pontos que possam estar escanteados que a gente precisa discutir, que é a questão do transporte nas rodovias da região.

As pessoas estão se arriscando, a gente vê em diversos momentos manobras arriscadas, vê o trânsito de veículos pesados cada vez mais intenso e, também, a vinda das pessoas para nossa cidade de outros lugares, sem que necessariamente eles se insiram na sociedade de Patrocínio, ou seja, muitas vezes são pessoas que estão aqui, que vão ficar aqui durante algum tempo, que usam dos serviços, que usam do lazer, mas que não estão inseridas socialmente.

Então, acho que esse é um dos primeiros passos e, evidentemente, um dos meus maiores motes vai ser a questão de educação. Ainda nessa palavra, a questão da educação técnica especialmente, existe a possibilidade de diversos empregos que vem pessoas de outros lugares serem ocupados pelos nossos jovens e, até mesmo, esse atrativo das empresas que o governo Zema começa a conseguir ter de novas empresas para o estado que elas possam se instalar na nossa região e terem mão de obra qualificada, porque quando uma empresa vai para uma região, uma das coisas as quais ela almeja é justamente uma mão de obra qualificada na região para baratear, para não precisar trazer gente de fora, para não precisar buscar longe.

Então uma educação técnica acho que nesse sentido nosso município e a nossa região pode ganhar muito, então bater nessa tecla de uma educação técnica e, essencialmente, também a questão do agronegócio que a gente precisa olhar, é o motor da nossa região, muita gente na parte da produção de café sofreu com a questão da geada, então acredito que esse motor também é um dos pontos que a gente precisa olhar, não que esteja propriamente esquecido, mas que é um ponto que precisa ser colocado em voga e, mais uma vez, eu reforço a questão de educação, a gente precisa da educação de qualidade para as nossas crianças para que elas cresçam preparadas.

Assim, eu sempre vislumbrei que uma boa alfabetização poderia passar para uma alfabetização bilíngue, então eu tenho e almejo projetos nesse sentido, de implantar escolas bilíngues na cidade e na região, para que as crianças possam ter essa oportunidade. Eu tive a oportunidade, não de ser alfabetizado bilingue, mas depois de um tempo eu já estava em uma escola e sei da diferença que isso faz na vida de todo mundo, quando você consegue ter uma inserção em outra língua seja ela qual for, justamente para fazer conexões, para aprender, para estudar e para conseguir dialogar com outras experiências sociais e políticas de outros lugares.

 

Módulo FM – Professor Henrique, você falou sobre a mineração e, agora recente, a Deputada Federal Greyce Elias apresentou o seu relatório em uma comissão do congresso e um dos pontos polêmicos é a questão dela considerar a mineração uma atividade essencial à vida humana. Qual que é a sua opinião sobre isso?

Professor Henrique José – Eu sei da importância, Minas Gerais não tem esse nome à toa, nós somos a terra da mineração, o ouro da coroa britânica é mineiro, grande parte das riquezas da Europa em questão de ouro são advindo das Minas Gerais e o ferro da Segunda Guerra Mundial que os aliados usaram são de Minas Gerais. A Segunda Guerra só foi vencida através do minério de ferro que Getúlio passa a ceder da Usiminas que é de Minas Gerais. Nós somos Minas Gerais não é à toa, então acho que é difícil a gente criticar a história do nosso estado.

Contudo, eu acredito que com as experiências que a gente vem tendo em Vazante, Paracatu, Ituiutaba que são cidades que estão fadadas ao declínio econômico quando as mineradoras forem embora e várias delas já estão até caindo pelos buracos que as mineradores fizeram, a gente precisa começar a ter uma atenção e colocar limites a essas atividades, mas evidente a gente não pode travar o progresso, travar a arrecadação do Estado e travar a geração de emprego, mas é haver pelo menos uma forma de fazer uma coisa mais consciente.

Isso, porque eu não estou nem tocando nos casos de Mariana e Brumadinho que foram tragédias lamentáveis e que precisam nunca mais serem repetidas. Mas essa questão da atividade essencial da mineração, vários deputados fizeram essa jogada na sua área de interesse, eu vi na Assembleia deputados falando que a educação era serviço essencial, então não podia fechar a escola, que as igrejas eram serviços essenciais, porque os cultos, os templos e as missas não deveriam ser suspensas. Então eu acho que os parlamentares a certo modo jogam com os seus interesses.

A gente sabe que a parlamentar é casada com o representante da Agência Nacional de Mineração, então é do interesse dela que isso aconteça. Eu acredito que a discussão ela é maior do que o que é serviço essencial ou não. A nossa discussão vai passar por qual o limite do Estado poder interferir na nossa liberdade de ir e vir, na liberdade das pessoas abrirem os comércios e na liberdade das coisas acontecerem.

Talvez seja hora da gente refletir, qual o valor mais importante para a gente, se a vida é mais importante ou se é a liberdade é mais importante, porque eu acredito que quando se coloca um projeto dessa voga, você está dando a liberdade dessas pessoas se colocarem como serviço essencial e não pararem. Então é uma questão de liberdade, você acha que a liberdade ali é mais importante que a vida e essa é a reflexão que eu acho que a gente tem que fazer, o que a gente acha que é mais importante se é a liberdade de trabalhar, de fazer e de acontecer ou se é a vida. Então cada um opta por dar a resposta que mais lhe interessa e que mais lhe cabe no momento. Eu acredito que nesse aspecto é assim.

 

Módulo FM – Mas você é um professor da área jurídica e constitucionalmente a vida é mais importante, né?

Professor Henrique José – É do ponto de vista constitucional, pode-se dizer que sim.

 

Módulo FM – Professor Henrique, você é cientista político, trabalha com pesquisas e é um perito nessa área, eu queria a sua opinião sobre os presidenciáveis, a começar pelo ex-presidente Lula.

Professor Henrique José – Diante dos ocorridos, do cancelamento das condenações o que não elimina o processo, o processo pode correr em outra Vara, na Vara devida. Ele está na crescente justamente porque assim como em outros momentos o nosso país está numa crise econômica e essa crise econômica faz com que as pessoas se lembrem de quando não havia crise e de fato a última vez em que nós não viveu uma crise econômica plena, foi no Governo Lula.

Então, acredito que desse ponto de vista ele é uma pessoa que vem numa crescente, ele é uma pessoa com uma tocada mais popular, mas que vai enfrentar uma campanha, vai enfrentar um desafio e, justamente, que para mim o desafio que ele vai enfrentar é tentar combater a polarização, que é justamente o que ele não está fazendo. O que eu acho que ele deveria fazer é combater e de certa forma ele está querendo duelar contra o Bolsonaro na frente. Acho que ele acredita que pode se dar melhor nos debates, que ele acredita que ele pode se sair melhor na hora do tete a tete, da propaganda e ele tá acreditando nisso e está fazendo a pré-campanha dele.

 

Módulo FM – Presidente Bolsonaro?

Professor Henrique José – Eu acho que ele tomou algumas medidas para tentar fazer com que a economia não estivesse indo tão mal, não continuasse indo tão mal, justamente o Auxílio Brasil que começa a ser pago essa semana é uma das medidas. Sucessivos aumentos da taxa de juros da taxa Selic é uma outra medida para tentar conter a inflação, contudo eu não acredito que vai ser uma medida factível porque a nossa inflação, não é demanda como naturalmente acontece, as pessoas compram mais e o preço sobe porque tem mais demanda, e aí se você aumenta o crédito você trava isso, mas não é, porque é uma crise mundial de fornecimento de produtos.

Eu estava há pouco tempo querendo trocar de computador e eu tinha visto a um tempo atrás por coisa de R$ 3 mil e hoje o computador está R$ 10 mil, mas por quê? Porque falta componentes para fabricar e aí se não tem componente para fabricar, não faz. Da mesma forma, os insumos agrícolas estão explodindo valor, então eu acredito que ele vai ter que enfrentar esse problema econômico para enfrentar a ascensão do Moro, que é uma pessoa que está se colocando também como pré-candidato e que de certa forma trás vários dos ideais do bolsonarismo e da onda bolsonarista com ele.

Então pode ser que o presidente hoje enfrente um crescimento dessa base que não que não está satisfeita com a política econômica, não está satisfeita como os assuntos sérios que o país precisava foram levados e que vai, naturalmente, migrar para essa proposta do Moro.

 

"Farei uma campanha de acordo com a verdade, pautando em sempre falar a verdade, uma campanha que não vai fazer o abuso do poder econômico, eu pretendo não precisar usar o Fundo Partidário, que por mais que eu acredite que o dinheiro das eleições, o financiamento das eleições tenha que ser público, não deva ser privado, também não deve ser do jeito que está sendo hoje, porque o país tem outras necessidades maiores do que somente os gastos com a eleição."

 

Módulo FM – Você já começou a falar sobre ele, Sérgio Moro?

Professor Henrique José – Eu lembro de quando as sentenças da Lava Jato começaram, eu achei tudo uma aberração, porque eu achava que era tudo ilegal, que ele não cumpria o Código de Processo Penal, que ele rasgava a Constituição e que ele estava fazendo tudo pelas beiradas e que lá no final da história ele ia ser preso. Eu falei isso até em sala de aula e eu falava isso porque era o que eu via naquele momento.

A história acabou nos contando que era, ele estava fazendo um monte de burrada tanto que todas as conquistas que a Lava Jato teve, caíram por água abaixo, justamente porque ele não seguiu o procedimento correto das coisas, não seguiu o procedimento democrático. A nossa democracia ela é procedimental, precisamos seguir as regras, nós precisamos seguir o código, quando você ignora isso, você deixa as coisas perigosas.

Assim, quando eu falo isso, as pessoas falam “Nossa, mas o Moro é a nossa esperança” e eu falou assim, tudo bem, ele pode ser a esperança, pode significar um novo projeto ou uma alternativa ao projeto que aí se encontra, contudo, a postura dele anterior, para mim foi ilegal, foi imoral, foi ilegítima, ele que era um grande estudioso dos processos de como a Itália conseguiu condenar, prender e acabar com a Máfia, ele achou que poderia usar os mesmo procedimentos aqui, só que o nosso direito, Constituição, Processo Penal e nosso Código Penal não é o mesmo do italiano.

Então ele faz aberrações, como quando ele prendeu o Leo Pinheiro e depois consegue ter a delação premiada, o Leo Pinheiro é uma pessoa de 2,03 m de altura e 120 kg que estava numa sela de três por dois. O menor lugar que o Leo Pinheiro já tinha tido, que era desse tamanho era o elevador privativo da empresa que ele usava. Como que alguém milionário, desse porte físico, consegue ficar numa sela desse jeito, você está sujeitando a pessoa a falar o que você quiser, para que ela saia de lá.

Então, acredito que o Moro cometeu os seus erros no passado, vem com uma plataforma forte, porque foi o que eu falei, as pessoas que estão insatisfeitas com a  questão do Governo Bolsonaro podem migrar para lá, justamente, por serem, por carregarem essa onda de anti-Lula, anti-PT e eu acredito que ainda existe essa parcela da população, com razão, quem acredita nisso, tem as suas razões para acreditar, mas eu acredito que até fevereiro a gente vai assistir as pesquisas que o Moro se aproxima do Bolsonaro e ainda com o Lula em primeiro nas pesquisas. Não que elas definam eleição, mas elas servem para que a gente trace nossas estratégias de campanha e é o que eu acho que vai acontecer.

 

Módulo FM – E o Dória?

Professor Henrique José – Eu vou ser muito sincero da minha opinião hoje, eu acho que o partido, por mais que ele tenha ganhado as prévias, se ele não atingir 13 ou 14% até fevereiro, ele não vai se viabilizar nem no próprio partido. E o partido vai tentar emplacar o Eduardo Leite como vice de alguma chapa alternativa, até mesmo na do Moro. Não descarto que o Dória possa vir pelo PSDB fragilizado e uma parte, uma parcela do PSDB adotar e apoiar o Eduardo Leite como vice-presidente até mesmo do Moro ou num futuro palanque com o Kassab ou algo do gênero.

 

Módulo FM – O maior sinal disso seria aquela resistência do Eduardo Leite conversar com o Dória logo após as prévias?

Professor Henrique José – Sim, eu acredito que tem uma parte do grupo do PSDB que achou que a forma com que o Dória ganhou e com o que acabou acontecendo nas próprias prévias, o fiasco do aplicativo, acho que isso fez com que o partido saísse dessas prévias ao invés de fortalecido, fragilizado e partido, porque vários dos grandes nomes, inclusive, até mesmo apoiados pelo grupo do Aécio, acreditam que o nome do partido deveria ser o Eduardo e não o Dória, mas o Dória a gente sabe que é uma pessoa que tem poder econômico, uma pessoa que tem o governo do maior e mais rico estado do país e  que jogou com isso. Então ele fez de tudo para se viabilizar, se viabilizou nas prévias, mas assim como foi o fiasco do Alckmin na eleição passada eu acredito que ele não figure com mais de 10% com facilidade.

 

Módulo FM – Professor Henrique José, nossa primeira conversa eu agradeço imensamente a sua participação aqui na Módulo FM, é uma conversa que a gente vai ter também com outros pré-candidatos, mas eu gostaria que você deixasse a sua mensagem ou falasse algo que eu não tenha abordado aqui e que você gostaria de falar sobre.

Professor Henrique José – Eu novamente agradeço a oportunidade Leid, agradeço essa oportunidade de estar podendo lançar meu nome como pré-candidato, agradeço a vocês todos que assistiram e coloco mais uma vez, farei uma campanha de acordo com a verdade, pautando em sempre falar a verdade, uma campanha que não vai fazer o abuso do poder econômico, eu pretendo não precisar usar o Fundo Partidário, que por mais que eu acredite que o dinheiro das eleições, o financiamento das eleições tenha que ser público, não deva ser privado, também não deve ser do jeito que está sendo hoje, porque o país tem outras necessidades maiores do que somente os gastos com a eleição.

Então é isso, eu pretendo fazer uma campanha limpa, com o compromisso da verdade, que vai ter como pauta central a ciência, a educação e a cultura, afinal de contas, eu venho da academia, e aí muita gente já me perguntou “Nossa, mas você não vai se preocupar com a saúde, com a segurança?”, sim, é evidente que esses são assuntos muito importantes. Contudo, eu acredito que especialmente a segurança, os problemas de segurança se vão quando nós temos uma população e, especialmente, os pequeninos, as crianças e os jovens bem-educados. Se a criança está na escola e ela tem o que fazer lá, ela não vai se tornar uma criança que possa se envolver com questões de violência, com questões de tráfico, e evidente, a gente precisa entender que hoje, a situação do nosso país é uma situação em que as crianças não conseguem estudar, porque muitas delas não tem nem sequer o que comer.

Então a gente está numa crise econômica, a inflação vai fechar o ano como a gente nunca viu, evidente que é uma crise do mundo, mas que a gente precisa se atentar também para esse olhar social, que mais uma vez, se a sociedade está bem, a segurança e a violência vão ser temas não escanteados, mas temas que não vão precisar ter tanta atenção e tanto investimento.

E a saúde, aqueles que são bem-educados, sabem se cuidar, sabem brigar por saneamento e por questões que vão naturalmente melhorar as questões de saúde, então é mais ou menos isso.

Estou por Patrocínio por esses dias para conversar com as pessoas, para ouvir as pessoas, reitero a intensão de que a gente possa fazer um debate com os pré-candidatos, já faço esse convite prévio a todos e que a gente possa discutir e abertamente falar de um projeto de país que a gente precisa ter.

 

Módulo FM – Obrigada pela entrevista e sucesso na sua caminha. Quer falar das suas redes sociais? Porque agora você tem rede social.

Professor Henrique José – Agora eu tenho rede social, eu tinha uma certa resistência, agora a gente tem Instagram que é @professor.henriquejose, então eu agradeço quem quiser acompanhar a gente lá, a gente começou um trabalho e uma caminhada agora e eu agradeço a todos vocês, muito obrigado Leid!

 

Esse foi o Professor Henrique José, pré-candidato a Deputado Federal, ele é patrocinense e foi a nossa primeira conversa com os pré-candidatos. Voltaremos em breve com outros pré-candidatos, para que você, eleitor, possa conhecer um pouco mais daquelas pessoas que irão disputar as vagas aqui da nossa região.

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