Atacante Ademir, com passagem marcante pelo CAP, sofre ataques racistas e ameaças na Bahia

Postado em: 15/02/2025

O Bahia divulgou na tarde desta sexta-feira (14/02), uma nota de repúdio contra os ataques racistas sofridos pelo atacante Ademir, que teve uma passagem brilhante pelo Clube Atlético Patrocinense (CAP). O clube informou que os familiares do atleta também foram ameaçados e que está oferecendo suporte jurídico para garantir que todos os responsáveis sejam identificados e respondam pelos atos.

Em sua nota, o Esporte Clube Bahia SAF se posicionou contra os ataques e ameaças direcionados a Ademir e à sua família, manifestando total repúdio a esses atos:

“Rivalidade é algo muito diferente das manifestações com teor agressivo, que configuram crime, de maneira indubitável, conforme a legislação brasileira. O clube já está prestando todo o suporte jurídico ao jogador para que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados pelos condenáveis atos.”

Antes da divulgação da nota pelo clube, Ademir fez um desabafo em suas redes sociais. O atacante relatou que seu número de telefone foi compartilhado em grupos de uma rede social, o que resultou no recebimento de mensagens ofensivas e ameaçadoras.

"Após uma mentira envolvendo meu nome viralizar nas redes sociais, meu número foi compartilhado em grupos de torcida na noite de ontem (13), e comecei a receber uma série de mensagens ofensivas. Os ataques rapidamente evoluíram de ofensas para ameaças contra mim e minha família, até culminarem em racismo", escreveu Ademir.

Ele continuou: “Tudo isso ultrapassa qualquer limite e não pode ser normalizado no futebol ou em qualquer outro lugar. Rivalidade faz parte do jogo, mas racismo e ameaças são inaceitáveis. Por isso, sempre lutarei contra o preconceito e, principalmente, pela segurança e integridade física da minha família. Nunca fui um atleta provocador e seguirei honrando a camisa do Bahia com responsabilidade. É lamentável ver uma fala distorcida sendo usada como combustível para discursos de ódio e violência. O futebol é paixão, disputa, rivalidade, mas nunca pode ser sinônimo de ameaça e preconceito. Nunca aceitarei esse tipo de ataque e, por isso, já estou tomando as medidas necessárias para que os envolvidos sejam identificados e responsabilizados judicialmente."

Ademir também divulgou um áudio em que é chamado de "macaco", reforçando a gravidade dos ataques racistas que vem sofrendo.

Entenda como tudo começou:

Os ataques contra Ademir começaram após a viralização de uma suposta provocação feita pelo jogador ao meio-campista Gabriel Baralhas, no jogo em que Bahia e Vitória empataram em 0 a 0 pelo Campeonato Baiano. Segundo o jogador do Vitória, Ademir teria dito que ele jogava em “time pequeno” (o Vitória). Em sua publicação, o jogador do Bahia desmentiu a acusação, classificando-a como uma “mentira”.

Ademir reiterou que não possui perfil provocador e que o futebol deve ser um espaço de rivalidade saudável, sem ser sinônimo de ameaça ou preconceito. Ele também reafirmou que está tomando as medidas necessárias para garantir que os responsáveis respondam judicialmente pelos ataques.

Ademir atinge marca de 100 jogos pelo tricolor baiano:

Na última quarta-feira (12/02), Ademir alcançou a marca de 100 jogos com a camisa do Bahia, durante a goleada de 5 a 1 sobre o América do Rio Grande do Norte, pela Copa do Nordeste. O atacante foi titular na Arena Fonte Nova e marcou seu primeiro gol na temporada.

Nesta marca de 100 jogos do atacante está um amistoso realizado em 2024 contra o Blackburn Rovers, durante a pré-temporada do Bahia em Manchester, na Inglaterra. 

Campeonato Brasileiro: 64 jogos

Campeonato Baiano: 14 jogos

Copa do Brasil: 11 jogos

Copa do Nordeste: 10 jogos

Amistoso: 1 jogo