Adolescente levado ao “tribunal do crime” em Patrocínio é salvo pela Polícia Militar

Adolescente levado ao “tribunal do crime” em Patrocínio é salvo pela Polícia Militar

Por Juliano Resende - Jornalista - MTB: 0020718/MG

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Postado em: 24/01/2022

Um adolescente de 17 anos foi resgatado no início da noite desse sábado antes de ir para o “tribunal do crime”, em Patrocínio. Ele foi salvo após denúncia anônima dizendo que a vítima havia sido sequestrada no fundo do bairro Serra Negra e levado para um local incerto, chamado de "cantoneira", onde ele seria julgado pelas lideranças do crime organizado, a facção criminosa denominada "PCC" (primeiro comando da capital), por ter cometido o crime citado em área dominada pela facção.

Conforme o registro policial, a vítima seria um dos autores do duplo homicídio tentado contra dois adolescentes, de 16 anos, na noite da última sexta-feira (21/01), no bairro Enéas, em Patrocínio. Os militares foram informados que a motivação do duplo homicídio tentado seria por ciúmes, visto que os dois adolescentes teriam mexido com uma mulher.

A vítima foi sequestrada no início da madrugada de sábado (22/01), por três homens que chegaram em um veículo escuro chamaram dizendo: ''vamos conosco, vamos lá acertar a treta dos tiros". O adolescente disse que não iria, no entanto, foi forçado a entrar no veículo pelos três criminosos.

Na chegada da polícia no cativeiro foi ouvido pelos militares "teremos que executar ele no máximo até esta noite" e outro responde: "não pode esquecer da enxada, já deixa ela no jeito lá". Diante do iminente flagrante, os policiais posicionaram na porta da residência, quando um dos autores abriu a porta, e visualizando a presença policial, tentou trancá-la, e saiu correndo para dentro do imóvel.

Rapidamente foi feito o adestramento na residência, onde os autores resistiram a prisão ativamente, tentando desvencilhar e agredir os militares com socos, chutes e empurrões, sendo necessário utilização do uso diferenciado da força para prendê-los.

No local a vítima disse que seria morta naquela noite, que os militares o salvaram, chamando a equipe de "anjos da guarda". Ainda segundo a vítima ficou cerca de dezoito horas no cativeiro, privado de alimentação e sono, onde os seis autores ficaram com ele em todo o momento, que foi obrigado durante todo o tempo a participar do seu "julgamento" via aplicativo de celular, onde era questionado acerca da tentativa de homicídio e ameaçado com palavras: ''de hoje você não passa!" "Você vai morrer hoje!".

Diante dos fatos, foram dadas voz de prisão aos seis autores, A.S.S.R., 20 anos, E.L.S.J., 22 anos, E.P.S., 21 anos, I.G.S., 21 anos, L.A.S., 20 anos e L.L.S., de 19 anos, pelos crimes de tortura, cárcere privado, organização criminosa, resistência à prisão, corrupção de menores e tráfico de drogas.

Segundo a PM, no imóvel foram apreendidos quatro aparelhos celulares, onde todos os presos negaram a propriedade, provavelmente utilizados no citado "julgamento" com a organização criminosa.

Durante a abordagem, um dos autores quebrou um dos aparelhos telefônicos, jogando-o com força no chão. Além deles, foram recolhidos uma enxada, sacos vazios, facas, dinheiro buchas de maconha, pedras de crack e papelotes de cocaína.

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Com informações da Polícia Militar.

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